O tempo é sempre um desafio.
Os romanos não dotaram Chronos de uma imagem fixa; por vezes ele surgia como um ancião, por vezes como uma serpente quimérica. Qualquer forma adotada pelo tempo é sempre provisória .
Enclausurar-se em seus próprios milênios íntimos, ou agarrar-se a essas ficções de intimidade.
Volto aos dinossauros (monstros pueris, já disse).
O cretáceo, o mesozóico, etc, são períodos feitos de plástico.
Eles aceitam, compassivos, qualquer estória que inventemos que convenha a nossos medos.
A minha é uma vida de borracha.
Mover, emover, deslocar... a nossa vida é uma narrativa, indisposta a desfeixar-se.
Toda forma nos é dada no tempo
E nunca há tempo suficiente para desvendar a forma.
Qual uma pangéia triste
Hoje departo de mim.