Matias Monteiro (1980)

Matias Monteiro (Brasília - 1980) fez sua primeira exposição individual em 1984 em um pequeno apartamento na rua Saint Marc, Montreal, Canadá. Seus pais emolduraram seus desenhos e os expuseram na sala de estar, mas, afoitos, terminaram pendurando-os de cabeça para baixo. Matias pendura seus próprios desenhos desde então. Hoje, é mestre em Poéticas Contemporâneas (2008) e Bacharel em Artes Plásticas (2004) pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Atualmente é graduando em Museologia pela UnB.





zootropia






O tempo é sempre um desafio.

Os romanos não dotaram Chronos de uma imagem fixa; por vezes ele surgia como um ancião, por vezes como uma serpente quimérica. Qualquer forma adotada pelo tempo é sempre provisória .

Enclausurar-se em seus próprios milênios íntimos, ou agarrar-se a essas ficções de intimidade.

Volto aos dinossauros (monstros pueris, já disse).

O cretáceo, o mesozóico, etc, são períodos feitos de plástico.

Eles aceitam, compassivos, qualquer estória que inventemos que convenha a nossos medos.

A minha é uma vida de borracha.

Mover, emover, deslocar... a nossa vida é uma narrativa, indisposta a desfeixar-se.

Toda forma nos é dada no tempo

E nunca há tempo suficiente para desvendar a forma.

Qual uma pangéia triste
Hoje departo de mim.